A Prefeitura de São Paulo construiu um muro de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura na região da Cracolândia, um local conhecido pelo grande número de usuários de drogas. A obra, que substitui tapumes metálicos, foi iniciada com o objetivo de melhorar a segurança e a circulação na área, além de prevenir acidentes, como atropelamentos. A gestão municipal afirmou que o muro não visa isolar ou segregar as pessoas em situação de rua, mas sim proporcionar um espaço mais seguro, com a abertura para serviços de saúde e assistência social.
O projeto gerou controvérsias e levou parlamentares a acionarem o Supremo Tribunal Federal (STF) para solicitar a demolição do muro, argumentando que ele exclui socialmente os moradores da região e fere direitos fundamentais. A prefeitura, em sua defesa, garantiu que a construção está em conformidade com o princípio da dignidade humana e que o acesso ao local permanece aberto para profissionais que prestam atendimento. Além disso, as medidas tomadas, como a instalação de gradis, têm como finalidade melhorar o fluxo de veículos de serviço e ambulâncias.
Entre janeiro e dezembro de 2024, a prefeitura relatou avanços nos serviços prestados na área, com mais de 19 mil encaminhamentos para serviços municipais, além de progressos na autonomia financeira e de moradia para as pessoas atendidas. A gestão também ressaltou que as intervenções são acompanhadas de ações complementares, como programas de saúde mental, reintegração social e apoio à família, buscando a melhoria das condições de vida dos usuários na região.