A Prefeitura de São Paulo construiu um muro de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura na região da Cracolândia, próximo à estação da Luz, no Centro da cidade. O muro visa cercar a área onde usuários de drogas se concentram, com o objetivo de prevenir acidentes e melhorar a segurança. A construção substituiu tapumes metálicos, que apresentavam riscos de ferimentos e dificultavam a circulação. A administração municipal afirma que a medida não visa segregar as pessoas em situação de rua, mas, sim, oferecer maior segurança e um ambiente melhor para o trabalho de profissionais da saúde e assistência social.
A construção do muro gerou forte reação de parlamentares do PSOL, que acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que a obra viola direitos fundamentais, como igualdade e liberdade, além de excluir socialmente os moradores da região. Em resposta, a Prefeitura afirmou que a intervenção foi pensada para proteger os frequentadores da Cracolândia, com o objetivo de evitar atropelamentos e outras situações de risco. A gestão ainda ressaltou que os serviços de assistência social e saúde permanecem acessíveis e que a movimentação na área não foi restringida.
O caso segue em análise pelo STF, que solicitou esclarecimentos sobre os efeitos da demolição do muro. A Prefeitura, por sua vez, argumenta que a remoção traria danos irreversíveis e prejudicaria os serviços prestados na região, como atendimentos médicos e de reintegração social. Além disso, a gestão destaca os resultados positivos das ações implementadas desde agosto de 2023, com a redução no número de pessoas na área e o encaminhamento de indivíduos para serviços de acolhimento e tratamento.