O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, enviou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 21, negando que o muro construído ao redor da Cracolândia tenha sido feito para isolar usuários de drogas. De acordo com a Prefeitura, a construção faz parte de uma estratégia para facilitar o trabalho de profissionais de saúde, assistência social e organizações humanitárias na região, proporcionando uma abordagem mais eficiente aos grupos vulneráveis. O muro substituiria tapumes de metal que frequentemente eram danificados e causavam riscos à segurança de moradores e pedestres.
O governo municipal alegou que a estrutura foi projetada para permitir o acesso dessas equipes e evitar problemas relacionados ao risco de ferimentos devido aos tapumes quebrados. A medida, segundo a Prefeitura, visa melhorar a circulação na área e garantir maior segurança. Em sua manifestação, a Prefeitura também enfatizou que a demolição do muro causaria danos irreversíveis, afetando a eficácia do plano de assistência à população em situação de vulnerabilidade.
No entanto, a ação foi criticada por parlamentares do PSOL e pela Defensoria Pública, que pedem a derrubada da construção. Para esses órgãos, a medida é considerada segregacionista e ineficaz, já que não há comprovação de que ela contribua para os objetivos de melhor atendimento aos usuários da região. A Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo também acompanha o caso, sugerindo que a retirada das barreiras físicas poderia ser mais benéfica para a população local.