Em outubro de 2024, um prefeito reeleito no Espírito Santo alegou ter sido vítima de um atentado a tiros, após ser atingido por disparos enquanto dirigia em uma estrada rural. Inicialmente, o político relatou à polícia que dois homens em uma motocicleta haviam atirado contra seu veículo. O caso gerou repercussão e a Polícia Militar foi acionada, embora não tenha localizado suspeitos no local. Durante a investigação, a perícia revelou várias contradições no depoimento do prefeito e na dinâmica apresentada por ele, incluindo a constatação de que os tiros foram disparados de dentro do veículo e não de fora, como inicialmente relatado.
Após a análise de evidências, como cápsulas de munição encontradas no local e a falta de provas que sustentassem a versão do atentado, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) concluiu que não havia elementos suficientes para comprovar o crime. O inquérito indicou inconsistências nos relatos do prefeito, como a proximidade das cápsulas e a presença de teias de aranha em uma delas, sugerindo que alguns dos disparos não ocorreram no momento do suposto ataque. Além disso, imagens de câmeras de segurança e o horário do acionamento da Polícia Militar também contradisseram a versão apresentada pela vítima.
O caso foi encaminhado para análise do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), que decidirá se há indícios de falsa comunicação de crime e disparo ilegal de arma de fogo por parte do prefeito. Até o momento, o político não foi notificado oficialmente sobre o andamento do processo, mas afirmou que suas declarações à polícia foram verdadeiras e que o caso foi distorcido para fins políticos. A investigação continua sendo acompanhada pelas autoridades locais, e o desfecho dependerá da análise judicial dos documentos e laudos periciais apresentados.