O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afirmou que não vê fundamento na decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que solicitou explicações sobre a construção de um muro na região da Cracolândia. Nunes explicou que a obra foi realizada em maio de 2024, substituindo tapumes metálicos que, segundo ele, causavam ferimentos e dificultavam a circulação de pedestres. O prefeito ressaltou que a instalação do muro de alvenaria não configura um ato de confinamento, e que a área foi melhorada, incluindo a abertura de um lado do muro para facilitar o acesso.
A construção do muro gerou polêmica após uma ação do PSOL, que argumenta que a medida exclui socialmente as pessoas em situação de rua e fere direitos fundamentais. O partido, junto a outros parlamentares, questionou a Prefeitura no STF, afirmando que a medida é um retrocesso no que diz respeito à dignidade e aos direitos da população vulnerável. No entanto, o prefeito afirmou que ainda não foi notificado sobre o processo, mas que, quando o for, responderá formalmente.
O movimento Craco Resiste, que atua na defesa dos moradores da Cracolândia, também criticou a instalação do muro, alegando que ele contribui para a violência policial e tortura no local. Em resposta, a Prefeitura reafirma que não há qualquer tipo de confinamento forçado na área e defende que as ações em andamento têm promovido avanços no atendimento e encaminhamento de pessoas para serviços sociais, com significativa redução no fluxo de moradores na região.