Em 2024, um prefeito e cinco vereadores eleitos foram incluídos na lista suja do trabalho escravo, divulgada pelo Ministério do Trabalho. A lista inclui pessoas e empresas flagradas por submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão, como jornadas exaustivas, alojamento precário e falta de acesso a condições básicas, como água potável. Essa medida tem como objetivo aumentar a transparência e combater a exploração no país, sendo atualizada semestralmente. A inserção na lista não impede automaticamente o exercício dos cargos públicos, já que a exclusão depende de uma condenação judicial definitiva.
Apesar de estarem na lista, os envolvidos não enfrentam restrições imediatas para exercerem suas funções públicas, já que a legislação brasileira permite que os cargos sejam mantidos enquanto não houver uma sentença condenatória final. No entanto, as multas impostas por essas infrações não foram quitadas por três dos envolvidos, o que resultou na inscrição de suas dívidas na dívida ativa da União. Essa situação pode acarretar em dificuldades adicionais, como a impossibilidade de obter financiamentos públicos ou participar de licitações.
A inclusão dessas pessoas na lista suja do trabalho escravo levanta questionamentos sobre a compatibilidade entre o exercício de cargos públicos e a responsabilização por práticas ilícitas. Organizações de combate ao trabalho escravo alertam para a contradição de gestores públicos envolvidos em atividades de exploração, ressaltando que isso pode prejudicar a confiança da população nas autoridades eleitas. No entanto, a inserção na lista não é uma punição, mas uma medida de transparência, com o objetivo de informar a sociedade sobre as práticas de trabalho irregular no país.