Em 2024, seis políticos eleitos, incluindo um prefeito e cinco vereadores, foram identificados em um cruzamento de dados entre os novos eleitos e a lista de pessoas e empresas envolvidas com trabalho análogo ao escravo. Entre as violações encontradas estão condições insalubres, falta de acesso a água potável e exposição a substâncias tóxicas. A lista suja do trabalho escravo, criada pelo Ministério do Trabalho em 2003, busca promover a transparência e combater práticas ilegais, embora a inclusão na lista não gere, automaticamente, impedimentos legais para o exercício dos cargos.
Embora os políticos envolvidos não tenham sido condenados judicialmente e possam continuar exercendo seus mandatos, a inserção na lista suja está associada a infrações trabalhistas graves, como jornadas exaustivas e condições precárias de moradia e alimentação. Alguns desses políticos não quitaram as multas aplicadas, resultando na inscrição de suas dívidas na dívida ativa da União. Embora essa situação não os impeça de tomar posse, ela pode gerar repercussões legais e sociais.
As ações de fiscalização, realizadas por órgãos como o Ministério do Trabalho, resultaram na interdição de empresas e resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão. Os envolvidos, embora não tenham enfrentado sanções judiciais definitivas, receberam multas significativas e tiveram suas empresas identificadas por violações das normas trabalhistas. O caso destaca a necessidade de maior transparência e vigilância sobre as condições de trabalho no Brasil, especialmente em relação aos direitos dos trabalhadores e à responsabilidade dos gestores públicos.