No Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, as autoridades divulgaram novos números sobre operações que identificaram práticas análogas à escravidão em diversas regiões do Brasil. Entre os envolvidos, destacam-se um prefeito e vereadores de diferentes estados, cujos nomes foram incluídos na chamada “lista suja”. Essas autoridades estão associadas a empresas que foram multadas por manter trabalhadores em condições degradantes. Entre as irregularidades encontradas estão a falta de água potável, instalações insalubres, e a exposição de operários a substâncias tóxicas.
O caso mais grave envolveu uma empresa de carvão vegetal, cujos trabalhadores enfrentavam condições precárias, como alojamentos deteriorados, falta de higiene e a necessidade de fazer suas necessidades no mato. As autoridades de fiscalização, como o Ministério do Trabalho e a Polícia Federal, destacaram a gravidade das condições e resultaram em multas pesadas e até a interdição das atividades da empresa. Além disso, as condições de trabalho nas áreas rurais e na construção civil também estão no foco das operações, com mais de 60 mil pessoas identificadas em situações análogas à escravidão.
Apesar da inclusão na lista, os envolvidos ainda podem exercer seus mandatos, uma vez que a Lei da Ficha Limpa só impede a atuação política após uma condenação definitiva. Alguns dos citados, como vereadores, se defenderam alegando já ter resolvido as pendências legais com a Justiça, enquanto o prefeito não se manifestou sobre as acusações. As ações de fiscalização continuam sendo uma prioridade para combater o trabalho escravo no Brasil, com dados indicando que o setor da construção civil foi o mais afetado em 2024.