O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, deverá se manifestar ainda nesta sexta-feira (17) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a construção de um muro na Cracolândia. A medida, que resultou em uma área confinada para pessoas em situação de vulnerabilidade, foi criticada por parlamentares do PSOL, que questionam a conformidade com as diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua. O ministro Alexandre de Moraes determinou a intimação do prefeito, com prazo de 24 horas para a resposta, em caráter de urgência.
O muro foi erguido entre maio e junho de 2024, na Rua General Couto Magalhães, no bairro de Santa Ifigênia, e possui cerca de 40 metros de extensão com gradis de metal. De acordo com a prefeitura, a construção substituiu tapumes de metal pré-existentes, com o objetivo de aumentar a segurança, protegendo tanto as pessoas em situação de vulnerabilidade quanto os moradores e pedestres da área. A prefeitura defende que a instalação não teve a intenção de promover o confinamento da população.
A Cracolândia, localizada no centro da cidade, é uma região marcada pela ocupação de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social, predominantemente dependentes químicos. A construção do muro, e as recentes ações na área, têm gerado preocupações sobre a abordagem adotada pelo poder público para lidar com a situação, o que resultou na ação do STF para investigar a legalidade da medida.