O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, decretou situação de calamidade financeira na capital, com medidas para reduzir as despesas em 40% e revisar contratos e licitações. O decreto, publicado em 3 de janeiro de 2025, tem validade de 180 dias e pode ser prorrogado. Segundo o prefeito, a decisão foi tomada devido à difícil situação fiscal herdada da gestão anterior, que compromete o pagamento de salários e a manutenção dos serviços essenciais. Entre as ações previstas estão a reavaliação de contratos, renegociação de acordos, revisão das planilhas de custos e criação de órgãos de suporte.
O decreto aponta que as despesas da cidade aumentaram 135% entre 2016 e 2024, enquanto as receitas cresceram 115%, além de uma dívida superior a R$ 1,6 bilhão deixada pela administração anterior. A cidade enfrenta também um déficit financeiro de R$ 518,7 milhões, com despesas não empenhadas de R$ 369,6 milhões e uma folha de pagamento referente a dezembro de 2024 no valor de R$ 102 milhões ainda não quitada. Como parte das medidas, será realizada uma auditoria emergencial nas contas públicas, com prazo de 90 dias para um diagnóstico detalhado da situação financeira.
Abilio também ressaltou que a prefeitura possui apenas R$ 20 milhões em caixa, enquanto a folha de pagamento totaliza R$ 78 milhões. Em sua primeira semana de gestão, o prefeito anunciou que buscará reduzir R$ 100 milhões em gastos desnecessários e contratos mal administrados nos primeiros três meses. Para 2025, a cidade terá um orçamento de R$ 5,4 bilhões, aprovado pela Câmara Municipal em dezembro de 2024. A administração planeja estabelecer um comitê de crise para monitorar e propor soluções para o equilíbrio das finanças.