Os medicamentos Ozempic e Wegovy, produzidos pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, se destacam no tratamento de diabetes e obesidade, mas seus preços têm gerado debate. De acordo com uma pesquisa publicada pela organização Médicos Sem Fronteiras, a empresa adota preços até 200 vezes maiores do que o necessário, com uma margem de lucro de quase 40.000% nos Estados Unidos. Em comparação, o custo de produção do Ozempic poderia ser reduzido significativamente, com o medicamento sendo comercializado por apenas US$ 0,89 por mês, enquanto o preço atual nos mercados de diversos países, como Brasil e África do Sul, chega a centenas de dólares.
A empresa argumenta que os altos preços são necessários para financiar a pesquisa e o desenvolvimento de novos tratamentos, embora dados da Bloomberg indiquem que as receitas com esses medicamentos já ultrapassam o total investido pela Novo Nordisk em pesquisa desde a década de 1990. A farmacêutica também tem investido bilhões na expansão de sua capacidade de produção, devido ao aumento da demanda. Contudo, questiona-se a real necessidade de manter os preços tão elevados, considerando que as margens de lucro são extremamente altas e o acesso a esses medicamentos permanece limitado, especialmente em países de baixa e média renda.
No Brasil, o preço do Ozempic e do Wegovy é igualmente elevado, com valores que chegam a R$ 1,2 mil e R$ 2,3 mil, respectivamente. A expectativa é que, com a quebra de patentes, os preços dos medicamentos possam cair, permitindo maior acesso à população e, potencialmente, resultando em uma diminuição nos custos com saúde pública. Especialistas acreditam que a disponibilidade de versões genéricas e a redução nos preços podem melhorar os resultados para pacientes com diabetes e obesidade, contribuindo para uma redução nos riscos cardiovasculares e no impacto da doença na sociedade.