Os preços do café na ICE atingiram um patamar histórico no dia 23 de janeiro, com o café arábica do primeiro mês alcançando US$ 3,489 por libra-peso, um aumento de mais de 2%. O valor se manteve em alta de 0,6% ao final do pregão, fechando a US$ 3,4395 por libra-peso. Esse movimento foi impulsionado pela forte demanda, bem como pela incerteza em relação à oferta do Brasil, maior produtor e exportador global de café. A redução nos estoques de café arábica na ICE também contribuiu para a pressão nos preços.
A situação climática no Brasil tem gerado preocupações sobre a produção de café. Após uma das maiores secas da história do país em 2024, a falta de umidade nos campos afetou o desenvolvimento da safra. Embora as chuvas tenham chegado no final do ano, a vitalidade das árvores foi comprometida, dificultando a conversão da floração em uma boa carga de frutos. Os analistas já projetam uma safra menor em 2025, seguindo uma produção já reduzida no ano anterior.
Além do café, outras commodities soft também registraram movimentos significativos. O açúcar bruto subiu 2,9%, impulsionado pelo clima frio no sul dos EUA, que pode prejudicar a produção de açúcar na Louisiana. Por outro lado, o cacau apresentou queda, com preços em Nova York caindo 1,1% e em Londres 1,8%. A combinação de fatores climáticos e a escassez de oferta nos mercados de commodities tem gerado volatilidade nos preços de várias culturas.