O mercado agrícola brasileiro deve enfrentar comportamentos distintos para diferentes commodities em 2025. Com uma safra recorde estimada em 322,42 milhões de toneladas, os grãos, como soja e milho, devem sofrer quedas nos preços, impulsionadas pela grande oferta e pela desaceleração da economia chinesa, maior comprador de grãos brasileiros. Apesar disso, a previsão de queda nos preços será mais moderada em comparação aos anos anteriores, com a soja sendo mais afetada do que o milho, que se beneficia de uma demanda interna aquecida e de estoques globais mais limitados.
Por outro lado, as carnes, especialmente a bovina, devem apresentar uma tendência de alta, com os preços subindo mais de dois dígitos devido à oferta restrita e à demanda crescente, tanto interna quanto externa. O aumento nas exportações de carne vermelha brasileira, aliado à recuperação da renda das famílias, deve impulsionar os preços do boi gordo e do bezerro. Além disso, a carne de frango e suína também pode ser beneficiada indiretamente pelo aumento na carne bovina.
No setor das commodities softs, como açúcar e café, os preços devem se manter estáveis e favoráveis aos produtores, com o café enfrentando uma safra menor devido a efeitos climáticos adversos e à bienalidade negativa. O mercado de açúcar, por sua vez, também apresenta um cenário de preços sustentados, influenciado pela seca e pelas queimadas em 2024, que limitam a produção. As previsões indicam que essas commodities continuarão a ter um desempenho firme, sustentado pela escassez de oferta.