No terceiro trimestre de 2024, as famílias da zona do euro reduziram sua taxa de poupança para 15,3%, uma queda modesta em relação aos 15,6% registrados no trimestre anterior, segundo dados da Eurostat. Essa redução marcou o primeiro declínio desde o início de 2022, mas a taxa continua significativamente acima da média pré-pandemia, que era de 12% a 13%. Nos últimos anos, as famílias têm poupado uma parte considerável de sua renda, em parte para compensar a perda de poder aquisitivo causada pela inflação.
Apesar dessa queda, o consumo nas economias da zona do euro segue fraco, o que tem dificultado a recuperação econômica esperada. A alta taxa de poupança tem restringido o crescimento do consumo, frustrando as expectativas de que a recuperação seria impulsionada por um aumento nos gastos das famílias. Ao contrário dos Estados Unidos, onde a taxa de poupança diminuiu para 4,4% em novembro de 2024, a Europa continua com um padrão de poupança elevado, resultado da incerteza política e econômica.
Embora o Banco Central Europeu ainda espere uma recuperação do consumo, a persistente alta da poupança das famílias sugere que isso pode demorar a ocorrer. A redução na poupança foi direcionada principalmente para o consumo pessoal, e não para investimentos. O aumento de 1,1% nos gastos com consumo foi refletido em uma leve alta nas vendas no varejo, enquanto os investimentos em capital fixo, como compras de imóveis, continuam abaixo dos níveis históricos. A lucratividade das empresas, por outro lado, apresentou uma leve recuperação após um período de declínio.