A fusão entre a Azul e o grupo Abra, controlador da Gol, está sendo discutida e pode ter implicações para o consumidor brasileiro. Apesar disso, analistas acreditam que, no curto prazo, os preços das passagens não devem aumentar. A compra de trechos casados entre as duas companhias, por exemplo, poderia até resultar em tarifas mais baixas, uma vez que a oferta se expandiria. No entanto, o analista Ygor Bastos, da Genial Investimentos, alerta que um eventual colapso de uma das empresas poderia prejudicar a oferta no mercado, gerando um desequilíbrio entre oferta e demanda no longo prazo.
A análise aponta que, embora a fusão possa aumentar o poder de precificação das duas companhias em rotas menos competitivas, esse efeito pode ser positivo para a gestão das ocupações e para o aumento da receita por quilômetro voado. Em locais onde ambas as empresas operam separadas, a consolidacão das operações permitiria otimizar os horários e aeronaves, aumentando a eficiência. No entanto, a fusão também poderia impactar os preços de passagens, uma vez que a melhor gestão de ocupação pode permitir maiores descontos nos bilhetes.
No entanto, o cenário de recuperação do setor aéreo, ainda impactado por problemas globais na cadeia de suprimentos, como atrasos nas entregas de aeronaves, também deve ser levado em conta. Com a demanda crescente no pós-pandemia, a fusão poderia resultar em uma oferta reduzida de voos, especialmente se uma das empresas enfrentar dificuldades financeiras. A combinação das operações, embora positiva em alguns aspectos, poderá também trazer desafios caso não haja uma recuperação plena do mercado.