A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em 2017 simbolizou o fim de um ciclo na política internacional, marcando o início de uma nova era caracterizada por uma mudança de regime, tanto no âmbito doméstico quanto global. Sua vitória eleitoral refletiu uma profunda transformação interna nos Estados Unidos, onde a população preferiu alguém que prometesse romper com o sistema político tradicional. Trump se apresentou como um líder que poderia restaurar a grandeza do país, um conceito que englobava não apenas uma política interna mais isolacionista, mas também uma reconfiguração das relações internacionais.
O discurso de Trump no momento de sua posse também deixou claro seu desdém pela ordem internacional estabelecida nas últimas sete décadas, especialmente a ordem liberal que priorizava a cooperação entre as nações. Em seu lugar, o presidente propôs uma lógica em que os mais fortes determinam as regras, alinhando a política externa dos EUA com uma visão de geopolítica que subordina questões econômicas e ambientais às necessidades de segurança nacional. A sua abordagem, marcada por imprevisibilidade e uma forte retórica de ressentimento, foi vista como uma reação contra as elites globais e os efeitos negativos das transformações tecnológicas e econômicas.
O mundo pós-Trump, portanto, é incerto, mas sem dúvida diferente do que se conhecia. O presidente, com seu estilo único e sua visão de mundo, tornou-se um reflexo das mudanças mais amplas em curso, tanto nos Estados Unidos quanto no cenário global. O que antes parecia uma ordem estável, regida por normas multilaterais, agora dá lugar a uma nova configuração onde a força e a autonomia nacional são vistas como essenciais. O futuro permanece indefinido, mas o que é certo é que a chegada de Trump transformou para sempre a dinâmica internacional.