A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos gerou grande expectativa no mercado sobre os efeitos de suas políticas econômicas, especialmente para o Brasil. Especialistas indicam que, enquanto alguns setores podem se beneficiar, outros enfrentam desafios significativos. A valorização do dólar e as tarifas protecionistas, como as aplicadas ao aço, são citadas como fatores que alteram a competitividade de empresas brasileiras no mercado global. Empresas como CSN e Usiminas, que dependem das exportações de aço, podem perder terreno, enquanto a Gerdau, com forte presença nos EUA, pode ver um aumento na demanda por seus produtos.
O agronegócio e a exportação de commodities, como petróleo, são apontados como setores que podem tirar proveito das políticas de Trump. Empresas como SLC Agrícola e Petrobras estão em posições favoráveis, devido ao aumento da demanda externa, especialmente da China, e ao impacto do câmbio favorável. Por outro lado, setores dependentes de insumos importados, como o varejo e a aviação, enfrentam dificuldades, com o aumento nos custos de importação e dívidas em dólar. Empresas como Lojas Renner e Magazine Luiza, bem como companhias aéreas como Gol e Azul, são vulneráveis ao impacto da alta do dólar.
O cenário também apresenta oportunidades e riscos para o setor financeiro e energético. A possível alta das taxas de juros nos Estados Unidos pode atrair investimentos para o mercado americano, dificultando a gestão de ativos em reais por empresas brasileiras com dívidas em dólar. Além disso, a política energética de Trump pode gerar volatilidade, beneficiando inicialmente a Petrobras, mas também impondo desafios devido ao aumento na produção de petróleo nos EUA. A adaptação dos setores brasileiros a esse novo contexto será essencial para determinar sua competitividade nos próximos anos.