Porto Velho, capital de Rondônia, celebra seus 110 anos de fundação com uma história marcada por uma forte expansão urbana, desde seu surgimento no bairro Triângulo, nas proximidades da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Em seus primeiros anos, a cidade se desenvolveu ao redor da ferrovia e, ao longo das décadas, testemunhou o surgimento de novos bairros como o Caiari, que teve grande relevância no início da urbanização local, e Arigolândia, formado durante a Segunda Guerra Mundial, quando a cidade recebeu trabalhadores para a produção de borracha. Com o tempo, a cidade se expandiu além do rio Madeira, atravessando fronteiras e enfrentando a constante migração de pessoas em busca de novas oportunidades.
A década de 1970 trouxe consigo um aumento na ocupação de áreas periféricas, com destaque para o bairro Nova Porto Velho, que emergiu com o loteamento de terrenos do outro lado da Avenida Kennedy, hoje conhecida como Jorge Teixeira. Este processo de expansão foi acompanhado por conflitos, como a luta pela posse de terras e invasões que caracterizaram o crescimento dos bairros da Zona Leste e Zona Sul. Um episódio importante desse período foi a atuação da vereadora Raquel Cândido, que organizou diversas famílias para ocupar terras ociosas e pressionar por moradia. Apesar das tensões, o processo de urbanização levou à criação de bairros como Jardim Eldorado, Caladinho e Cidade do Lobo, que hoje compõem a periferia da cidade.
Nos anos seguintes, com a redemocratização, a prefeitura adotou uma abordagem mais inclusiva, promovendo melhorias em infraestrutura e abrindo novas ruas, o que resultou no surgimento de bairros como Tancredo Neves e JK. Porto Velho, com seus 514.873 habitantes estimados em 2024, segue se expandindo, mantendo um papel fundamental na história e no desenvolvimento do estado de Rondônia. Com uma área de 34.082 km², maior que a Bélgica e Israel, a cidade continua a crescer, moldada por uma história de desafios, conquistas e constante adaptação às necessidades de sua população.
