Marcão Marchi, ex-prefeito de Itupeva (SP), teve seu mandato cassado em 2021 devido a irregularidades nas eleições de 2016, o que o tornou inelegível por oito anos, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral. A cassação foi baseada no uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder econômico, envolvendo um jornal local para promover sua candidatura. No entanto, após a aplicação mais recente da Lei da Ficha Limpa, que determina que a inelegibilidade começa a contar a partir do ano do crime, e não da decisão judicial, Marchi teve sua situação revista e pode voltar à política.
Em 2024, o ex-prefeito foi eleito vereador em Itupeva, e atualmente ocupa a presidência da Câmara Municipal. A mudança na interpretação da Lei da Ficha Limpa permitiu que ele fosse elegível novamente após o fim do período de inelegibilidade. Marchi, que teve seu nome associado a práticas irregulares durante as eleições de 2016, não enfrentou pendências legais com a Justiça Eleitoral na sua nova candidatura e obteve uma expressiva votação nas eleições municipais, ficando em segundo lugar.
Apesar do histórico de cassação, Marchi se posicionou afirmando que a decisão judicial foi técnica e resultado de ações de adversários políticos. Ele defendeu que seu uso do jornal local foi motivado por críticas ao então prefeito e não teve o intuito de prejudicar a administração pública. O retorno à política, mesmo com o passado controverso, demonstra as complexas dinâmicas da legislação eleitoral e a possibilidade de reabilitação política dentro do cenário jurídico atual.