O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa de juros em 1 ponto percentual, elevando a taxa básica de 12,25% a.a. para 13,25% a.a. Apesar do aumento significativo, o tom do comunicado foi mais suave do que nas decisões anteriores, o que pode refletir a postura do novo presidente do BC, que ainda busca alinhar-se com as expectativas do governo. No entanto, o Copom ressaltou os riscos inflacionários, como o aquecimento do mercado de trabalho, a atividade econômica em crescimento além do esperado, a piora das expectativas inflacionárias e a valorização do dólar.
Esses fatores estão diretamente ligados a um único problema: a política fiscal do governo, caracterizada por um elevado gasto público. Esse aumento na demanda agregada pressiona a oferta do país, gerando pressões inflacionárias. Além disso, a política fiscal expansionista tem deteriorado as expectativas econômicas, o que leva os empresários a anteciparem aumentos de preços no presente, intensificando a inflação.
Outro ponto crítico é que o aumento dos gastos públicos também tem pressionado o dólar, uma vez que eleva o risco de inadimplência da dívida pública. Isso provoca um aumento nos custos de produção e, consequentemente, nos preços das mercadorias. A combinação dessas variáveis enfraquece a eficácia da política monetária, forçando o Banco Central a adotar medidas mais drásticas, com juros mais altos, para tentar controlar a inflação. Isso limita o espaço para a política fiscal do governo, gerando um ciclo de aumento de custos e dificuldades para a economia.