O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou que a política de juros atual está em patamar contracionista e tende a se tornar ainda mais restritiva. Durante evento do Bradesco Asset, ele ressaltou que é cedo para discutir quando o ciclo de alta de juros será interrompido, mas enfatizou que a instituição seguirá monitorando a inflação e trabalhando para colocá-la na meta estabelecida. Com a taxa básica de juros em 12,25% ao ano, Guillen mencionou que o consumo das famílias e o desempenho do crédito são fatores que podem atenuar o impacto da política monetária.
Guillen também abordou a importância de garantir a fluidez dos canais de transmissão da política monetária para os preços, de modo que a inflação seja controlada. Ele afirmou que não acredita em uma mudança significativa na taxa neutra de juros no Brasil e garantiu que o Banco Central possui os instrumentos necessários para alcançar a meta de inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) já anunciou que a Selic será aumentada em 1 ponto percentual em janeiro e março, levando a taxa a 14,25% ao ano.
Além disso, o diretor comentou sobre a análise da inflação e seu impacto no câmbio, destacando que a desvalorização recente da moeda poderá influenciar os preços no país. Ele também pontuou que a redução da inflação em outros países será relevante para aliviar a pressão interna. Guillen reforçou que, para 2024, o Banco Central tem como meta a inflação de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.