A política anti-imigração adotada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode impactar aproximadamente dois milhões de brasileiros vivendo ilegalmente no país. Segundo a analista Fernanda Magnotta, o governo brasileiro tem poucas opções de retaliação frente às medidas restritivas, sendo a principal alternativa a reciprocidade diplomática, que envolve exigir vistos para cidadãos americanos. No entanto, essa estratégia tem eficácia limitada devido à assimetria de poder entre os dois países.
Magnotta também prevê que a disputa sobre as políticas migratórias será resolvida nos tribunais americanos, com organizações defendendo os direitos de imigrantes indocumentados, principalmente de filhos nascidos nos EUA. O Congresso dos Estados Unidos também desempenhará papel central nesse debate. A analista mencionou o senador Marco Rubio como uma figura relevante, que, apesar de sua postura rígida em relação à América Latina, tem histórico de apoio a reformas migratórias.
Além disso, a mudança na terminologia oficial do governo americano, que passou a utilizar o termo “alien” (estrangeiro) em vez de “imigrante”, foi comentada por Magnotta. A analista destacou que as palavras têm grande poder simbólico e que o termo “indocumentado” é mais preferido por organizações internacionais e de direitos humanos, pois é considerado menos degradante. A alteração reflete uma postura mais rígida em relação aos imigrantes nos Estados Unidos.