No sábado (18), dois imigrantes que trabalhavam como ambulantes no Brás, em São Paulo, foram atingidos por disparos de arma de choque durante uma ação da Polícia Militar. A operação, chamada Delegada, tem como objetivo fiscalizar o comércio ambulante irregular na cidade. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a resistência durante a apreensão das mercadorias motivou o uso da força pela polícia. As vítimas, de origem haitiana e senegalesa, tiveram suas mercadorias confiscadas, e o senegalês sofreu ferimentos mais graves, sendo submetido a uma cirurgia.
Após o incidente, os dois imigrantes foram levados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Mooca. O haitiano foi liberado no mesmo dia e registrou um Boletim de Ocorrência por desacato. Já o senegalês permaneceu internado por mais de 24 horas devido a complicações relacionadas ao disparo na cabeça. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, as armas de choque, que possuem um menor potencial ofensivo do que as armas de fogo, devem ser direcionadas a áreas amplas do corpo, como tronco e pernas, para minimizar os riscos de lesões.
Organizações de direitos humanos, como o Centro Gaspar Garcia, criticaram o uso excessivo da força por parte dos policiais. Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública informou que está analisando as imagens do ocorrido e que tomará as providências cabíveis caso se comprove alguma irregularidade no procedimento. A atuação da polícia segue sendo questionada, enquanto as autoridades prometem uma investigação para verificar se as diretrizes sobre o uso das armas de incapacitação foram devidamente seguidas.