Em uma operação realizada em 16 de dezembro de 2024, nove pessoas foram presas, incluindo cinco policiais militares, envolvidos em um esquema de extorsão no Centro de São Paulo, especificamente na região do Brás. As investigações, que começaram em março de 2024, apontam que a milícia, composta em parte por PMs, extorquia comerciantes autônomos, principalmente imigrantes, exigindo valores semanais entre R$ 200 e R$ 300, além de um pagamento anual que podia ultrapassar os R$ 15 mil. As vítimas que não conseguiam pagar eram coagidas a pegar empréstimos com agiotas, enfrentando altos juros e ameaças de violência por parte dos envolvidos.
Os policiais militares foram acusados de roubo, extorsão e participação em milícia, e responderão por esses crimes tanto na Justiça Militar quanto na Justiça Comum. Durante a operação, foi encontrado um montante de R$ 145 mil na casa de um dos investigados. As vítimas, especialmente aqueles que não conseguiam arcar com os custos, enfrentavam intimidações violentas, como invasões domiciliares e agressões físicas. Em um caso, um homem foi agredido e teve dinheiro roubado por um dos policiais após atrasar o pagamento a um agiota associado à milícia.
Esse caso não é isolado, já que a região do Brás tem sido alvo de extorsões semelhantes há anos. Em 2021, um esquema de venda ilegal de espaços públicos foi desmantelado, e casos de abusos por parte de policiais militares foram registrados desde 1999, quando foi revelada a atuação de uma quadrilha conhecida como “máfia dos fiscais”. As denúncias de exploração continuam a afetar a comunidade local, com impactos duradouros sobre os trabalhadores informais da área.