A Polícia Civil investiga o destino de 800 toneladas de carne que ficaram submersas em uma enchente no Rio Grande do Sul e foram revendidas com a finalidade de se transformar em ração animal. De acordo com a investigação, a carne foi reprocessada e comercializada para consumo humano, o que contraria o acordo inicial. A venda da carne começou a ser investigada após uma empresa do Rio de Janeiro identificar que o produto estava em más condições e havia sido maquiado para parecer apto ao consumo, com a embalagem alterada.
A polícia descobriu que a carne foi repassada por diversas empresas antes de retornar ao frigorífico de origem, que reconheceu o lote de carne e alertou as autoridades. Durante as investigações, foram encontradas notas fiscais que indicavam a transação como sendo de “resíduos salvados”, e não carne adequada para consumo. A operação resultou na prisão de dois sócios da empresa responsável pela revenda da carne. Além disso, foi apreendida grande quantidade de produtos impróprios, como medicamentos e cosméticos fora da validade.
A Vigilância Sanitária reforçou que a carne que ficou submersa na enchente não pode ser consumida, nem mesmo usada em rações para animais, devido ao risco de infecções graves. A situação levanta preocupações sobre a falta de respeito à saúde pública e as tentativas de disfarçar a carne estragada para revenda. As investigações continuam, com a polícia rastreando os documentos fiscais para identificar o caminho percorrido pela carga e evitar novos riscos à saúde da população.