A Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) deu continuidade à operação que investiga irregularidades em contratos e contratações fraudulentas na Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra), durante a gestão do ex-presidente da agência. A operação, iniciada em abril do ano passado, apura um esquema que envolvia superfaturamento e a manipulação de processos administrativos. Até o momento, oito pessoas foram presas, e novas prisões podem ocorrer conforme as investigações avançam.
O foco da operação é um contrato de manutenção preventiva, que inicialmente previa um valor de R$ 5 milhões, mas foi progressivamente alterado para R$ 27 milhões por meio de aditivos. Esse contrato envolvia a reforma de 26 prédios públicos, sendo que em algumas ocasiões as obras nem sequer foram iniciadas, mas já haviam notas fiscais emitidas para pagamentos. A polícia identificou um esquema no qual agentes públicos e empresários atuavam em conluio, com pagamentos antecipados indevidos para a empresa contratada, que repassava os valores a outras empresas de forma ilícita.
A investigação também revelou que a empresa envolvida no esquema já havia sido alvo de processos semelhantes em outros estados, como Tocantins e o Distrito Federal, onde também foram identificados casos de superfaturamento e fraudes. A contratação foi realizada com base em uma ata do Exército, mas com um parecer da Advocacia Geral da União que proibiu sua adesão por outros órgãos públicos. A polícia continuará a apurar como a Goinfra conseguiu utilizar essa ata em contrariedade às normas estabelecidas.