A Polícia Federal (PF) indicou que o ex-deputado federal levou o dobro do tempo previsto para chegar ao Hospital Santa Tereza, em Petrópolis (RJ), em 21 de dezembro. Segundo o relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-parlamentar demorou cerca de 1h30 para percorrer os 25 quilômetros que normalmente levariam 43 minutos. Durante o trajeto, ele relatou que se dirigia ao hospital devido a dores lombares e histórico de insuficiência renal. No entanto, a PF destacou que ele fez uma parada de mais de uma hora em um shopping antes de seguir para o hospital, o que gerou questionamentos sobre o tempo excessivo no percurso.
A defesa do ex-deputado justificou que ele buscou a esposa para acompanhá-lo ao hospital e que o retorno foi feito posteriormente ao mesmo local. O advogado afirmou que as diligências da PF, incluindo a violação do sigilo médico, confirmam a veracidade dos relatos. No entanto, a investigação da PF concluiu que o tempo excessivo no deslocamento precisa ser explicado, pois violaria as restrições impostas pela justiça, como o monitoramento com tornozeleira eletrônica e o cumprimento de medidas cautelares, que incluem a permanência em casa entre 22h e 6h.
O ex-deputado, que foi condenado por atos antidemocráticos e ataques a ministros do STF, estava em liberdade condicional desde 20 de dezembro e deveria cumprir tais restrições. Após o incidente, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a defesa do ex-deputado se manifestem sobre o relatório. A defesa reafirmou a urgência médica e o registro do trajeto no sistema de monitoramento. A questão continua sob análise da justiça.