A Polícia Federal (PF) encontrou novas evidências que reforçam a participação de um advogado na investigação sobre a venda de joias recebidas de presente da Arábia Saudita pelo governo anterior. Segundo relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado foi designado para transportar, de forma discreta, um conjunto de joias dos Estados Unidos para o Brasil, onde teriam sido vendidas a joalherias e recuperadas por aliados do ex-presidente. A descoberta de uma procuração no celular de um assessor próximo ao ex-presidente, autorizando o transporte das joias e outros itens, é um dos principais elementos apresentados pela PF.
A investigação revelou que, apesar das alegações de que os bens estavam sob posse do ex-presidente em uma propriedade cedida por um empresário, documentos e evidências indicam que as joias estavam fora do Brasil, contrariamente às declarações de defesa. A PF também questiona a regularidade das rotas internacionais mencionadas no transporte dos itens, que seriam parte de um esquema de ocultação de bens públicos. A linha de defesa do advogado envolvido foi de que ele apenas cumpriu uma orientação técnica para devolver os presentes ao Tribunal de Contas da União (TCU), sem envolvimento em atividades ilícitas.
A investigação segue em curso, com a Polícia Federal mantendo as acusações de crimes como associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação indébita. Em julho de 2024, o advogado e outras 11 pessoas foram indiciados, mas ele afirmou não haver provas contra ele. A PF, por sua vez, continua sustentando que suas ações estavam relacionadas a esforços para ocultar a localização e movimentação das joias, assim como os lucros obtidos com a negociação dos itens desviados do acervo público.