A Polícia Federal (PF) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pen drive contendo imagens e depoimentos recolhidos nos Estados Unidos, como parte da investigação sobre a venda no exterior de joias recebidas pelo governo anterior. O inquérito, que apura a negociação de bens preciosos, levou ao indiciamento de diversas pessoas, incluindo o ex-presidente e seus auxiliares. Os documentos enviados ao STF foram coletados dentro do Acordo de Assistência Jurídica em Matéria Penal (MLAT), entre a PF e o Departamento de Justiça dos EUA.
Em abril do ano anterior, a PF esteve nos Estados Unidos em colaboração com o FBI, investigando locais onde os itens valiosos, que pertenciam à Presidência, teriam sido vendidos, com a ajuda de colaboradores próximos ao governo. Durante a operação, foram apreendidos registros de câmeras de segurança, notas fiscais e fotos, os quais agora fazem parte da documentação enviada ao STF. O material serve como base para a análise de uma possível denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode resultar em um julgamento.
A defesa do ex-presidente, após o indiciamento, argumentou que os bens recebidos pela Presidência seguem um protocolo rígido de catalogação e que o chefe do Executivo não tem ingerência direta no processo. Os advogados também destacaram que, diante da necessidade de devolução dos bens, o ex-presidente tomou a decisão de restituí-los de forma voluntária. A PGR ainda deve decidir sobre o encaminhamento da denúncia, e o STF avaliará os próximos passos no caso.