Em 2015, uma operação policial em Niterói resultou na morte de um adolescente, inicialmente registrada como homicídio decorrente de intervenção policial. No entanto, a investigação ganhou novos rumos quando, em 2017, interceptações telefônicas revelaram que um dos policiais envolvidos admitiu, sem saber que estava sendo gravado, que a vítima não estava armada e que a cena do crime havia sido alterada. Além disso, o policial confessou ter furtado pertences da vítima, incluindo dinheiro e um celular. Com essas novas evidências, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou quatro policiais militares por homicídio qualificado, acusando-os de cometer um crime motivado por justiçamento.
O caso se originou em uma operação realizada em fevereiro de 2015, quando a polícia alegou que houve confronto com traficantes e que a vítima, identificada como Erlan da Paixão Barros, teria sido baleada enquanto tentava fugir. No entanto, a versão dos policiais começou a ser questionada após as gravações, que mostraram contradições e manipulação de provas. O MPRJ afirma que as lesões na vítima não condizem com o relato dos PMs e que a arma encontrada na cena do crime foi implantada pelos policiais.
Após a denúncia, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu levar os quatro policiais a júri popular, mas as defesas recorreram da decisão. O julgamento ainda não foi marcado, pois o recurso está em análise pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Enquanto isso, as defesas argumentam que as provas contra os policiais são falhas e que a ação deles foi legítima, justificando a reação à agressão. O caso continua a ser um ponto de tensão sobre a atuação da polícia e o uso da força no estado.