A Polícia Civil, em colaboração com o Ministério Público, desarticulou um esquema envolvendo médicos e dentistas que realizavam procedimentos cirúrgicos e estéticos em presos de alta periculosidade em penitenciárias de segurança máxima no estado de São Paulo. Esse esquema, conhecido como “plano de saúde VIP”, era restrito a integrantes de destaque de uma facção criminosa, com o objetivo de atender suas necessidades de saúde sem que os profissionais soubessem a quem estavam prestando os serviços.
As investigações começaram há cerca de três anos, após a apreensão de drogas e informações confidenciais em cartões de memória, que revelaram detalhes sobre as operações da facção, incluindo as áreas de saúde e finanças. Um dos elementos centrais do esquema foi a ONG Pacto Social e Carcerário, que, segundo as autoridades, foi criada a pedido da facção para facilitar o funcionamento do plano. Advogados da organização eram responsáveis pela seleção dos profissionais de saúde e pelo pagamento das consultas de maneira clandestina.
Em novembro de 2023, as investigações revelaram um plano da facção para executar agentes públicos, o que levou a uma série de operações policiais. A operação resultou em mandados de prisão e apreensão, com a detenção de advogados envolvidos, membros da ONG e outros suspeitos. A Justiça suspendeu as atividades da ONG e as investigações continuam sob sigilo, revelando a complexidade do sistema utilizado pela facção para infiltrar seus interesses dentro de instituições públicas e privadas.