A recente polêmica envolvendo a possível taxação das transações via Pix resultou em um saldo negativo para o governo federal, conforme revelado por uma pesquisa da Quaest. O levantamento, realizado entre 15 e 17 de janeiro, entrevistou 1.200 pessoas e analisou a repercussão do tema nas redes sociais. O estudo aponta que o governo cometeu três erros fundamentais: timing, diagnóstico e tática. A discussão ganhou força nas redes após um vídeo do senador Cleitinho, em 6 de janeiro, e culminou com um pico de menções em 10 de janeiro, quando mais de 5 milhões de interações foram registradas.
A crise se intensificou ainda mais no dia 14 de janeiro, com um vídeo do deputado Nikolas Ferreira, que contribuiu para a viralização da fake news sobre a taxação do Pix. O impacto nas redes sociais foi massivo, com mais de 22 milhões de perfis comentando o assunto no dia 15 de janeiro. Esse aumento gerou um movimento de desinformação, o que levou a Receita Federal a revogar a medida de fiscalização sobre o Pix no mesmo dia, enquanto a AGU solicitava investigações sobre as notícias falsas. No entanto, a revogação da medida foi vista como uma resposta tardia, apenas intensificando o desgaste.
O levantamento também revelou que a maior parte da população ficou ciente das alegações de taxação e da revogação da norma, com 68% dos entrevistados confirmando o conhecimento sobre a falsa informação. A pesquisa apontou ainda que, apesar da desmentida oficial, 67% dos respondentes acreditam que o governo possa vir a cobrar impostos sobre o Pix no futuro. A pesquisa evidenciou um aumento significativo nas menções contra o governo após a revogação da medida, com a divisão entre menções pró e anti-governo passando de 46% a favor do governo para 14% após a revogação, refletindo o impacto negativo da gestão na questão.