Criada nos anos 1980, a plataforma Lattes tem sido uma das principais ferramentas de registro de produção científica e acadêmica no Brasil. Inicialmente concebida para ajudar na seleção de consultores e especialistas, ela evoluiu para se tornar uma base de dados que não apenas facilita a busca por currículos acadêmicos, mas também serve como uma importante fonte de estatísticas sobre a pesquisa científica no país. O projeto foi desenvolvido por membros do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que também promovem a padronização dos currículos de pesquisadores e estudantes.
Ao longo das décadas, a plataforma passou por várias transformações tecnológicas. Começou com um banco de dados em papel e evoluiu para uma versão digital, acessível inicialmente por meio da rede BITNET. Em 2002, o CNPq fez um grande avanço ao criar uma versão em espanhol e promover a troca de informações entre diversos países da América Latina, além de expandir sua implementação para Portugal e Moçambique. Esse desenvolvimento permitiu a integração e o intercâmbio de dados acadêmicos em nível internacional, ampliando a rede de colaboração científica.
O nome “Lattes” foi escolhido em homenagem ao físico e matemático brasileiro César Mansueto Giulio Lattes, um dos cientistas mais importantes do país. Lattes teve uma trajetória acadêmica de destaque e foi um dos responsáveis pelos estudos sobre os mésons, o que contribuiu para o Nobel de Física concedido a seu orientador, Cecil Powell, em 1950. Seu legado e contribuição para a ciência brasileira e mundial foram reconhecidos, sendo uma figura central na criação da plataforma que hoje desempenha um papel crucial no desenvolvimento da pesquisa científica no Brasil.