Economistas renomados, incluindo assessores de governos anteriores, avaliaram que as políticas econômicas do presidente eleito Donald Trump, como tarifas comerciais, cortes de impostos e redução da imigração, provavelmente terão impacto limitado sobre a inflação nos Estados Unidos. Durante a conferência da Associação Econômica Americana, especialistas destacaram que, embora algumas medidas possam elevar custos, seus efeitos na trajetória inflacionária devem ser moderados. Por exemplo, tarifas mais rígidas sobre importações podem aumentar preços de produtos específicos, mas não necessariamente provocar mudanças inflacionárias amplas.
Entre os principais pontos discutidos, estão as possíveis implicações das restrições à imigração, que podem elevar salários ao reduzir a oferta de mão de obra, mas também enfraquecer o consumo e, assim, conter pressões inflacionárias. O ex-presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmou que, apesar de os cortes de impostos planejados e outras medidas de estímulo econômico serem significativos, o impacto sobre a inflação deve ser modesto. No entanto, há preocupações sobre o controle do Fed, pois qualquer interferência política poderia criar riscos inflacionários.
Por outro lado, economistas como Christina Romer e Jason Furman ressaltaram a importância de preservar a independência do Federal Reserve para evitar pressões inflacionárias no médio prazo. Furman destacou que até mesmo pequenos aumentos na inflação poderiam levar o Fed a manter ou elevar taxas de juros, afetando o crescimento econômico. O debate reflete as incertezas em torno do impacto das políticas de Trump, mas aponta que mudanças radicais na trajetória econômica são improváveis, salvo cenários excepcionais.