O Plano Nacional de Ferrovias do governo, previsto para ser anunciado em fevereiro, já despertou o interesse de diversos grupos. Vinte empresas estão agendando reuniões com técnicos do governo para discutir os projetos ferroviários, e as conversas estão sendo realizadas na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em São Paulo. O governo, embora reconheça que há um longo caminho entre o primeiro contato e a realização dos leilões, vê essa procura como um sinal positivo para o sucesso do plano, que visa atrair investimentos privados.
Entre os principais projetos estão a construção de novos trechos de ferrovias que totalizam cinco mil quilômetros, com um investimento estimado em cerca de R$ 100 bilhões. Para tornar os projetos mais atraentes para o setor privado, o governo assumirá de 20% a 30% do investimento necessário, dependendo do projeto. Além disso, a União está contando com recursos provenientes da repactuação de concessões, como acordos com empresas como Rumo e MRS Logística, além de uma negociação com a Vale que envolve um pagamento significativo pela extensão de suas concessões.
O plano inclui projetos de grande porte, como o Corredor Leste-Oeste, que conecta várias regiões do Brasil, o prolongamento da Ferrovia Norte-Sul, e a criação do Anel Ferroviário do Sudeste, além de iniciativas mais desafiadoras como a Ferrogrão, que enfrenta obstáculos ambientais. A Transnordestina, uma obra parada por anos, também está no radar, com previsão de conclusão entre 2026 e 2027. A expectativa é que esses projetos movimentem o setor e reforcem a infraestrutura de transporte no país.