A Petrobras está próxima de fechar um acordo que permitirá a retomada da gestão de suas fábricas de fertilizantes nitrogenados no Nordeste, que estavam arrendadas à Unigel desde 2019. As fábricas, localizadas na Bahia e Sergipe, estão paralisadas desde 2023 devido aos altos custos do gás natural, o que tornou a operação financeiramente inviável. O acordo em questão prevê que a Petrobras reassuma a gestão das unidades, enquanto a Unigel ficará responsável pela operação e manutenção das fábricas por um período de cinco anos. A proposta foi sugerida por um grupo de trabalho da Petrobras e já foi aceita pela Unigel, restando agora a aprovação da diretoria da estatal.
O acordo é visto como uma solução para retomar a produção de fertilizantes, um setor estratégico para o Brasil, que, apesar de ser uma grande potência agrícola, depende fortemente das importações desse insumo. A Petrobras, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, busca retomar investimentos na área, embora a viabilidade econômica do segmento continue sendo um tema controverso, dada a competitividade dos fertilizantes importados. A proposta também leva em consideração a escassez de mão-de-obra da Petrobras, já que a operação exigiria a contratação de cerca de 1.000 trabalhadores por unidade.
Além disso, o processo está sendo monitorado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que já havia levantado preocupações sobre possíveis prejuízos financeiros para a Petrobras. Um contrato anterior entre as duas empresas, firmado em 2023, para fornecer gás natural à Unigel sem preocupações com os preços, foi cancelado após o TCU indicar que o acordo poderia resultar em uma perda de 487 milhões de reais. A expectativa é que a aprovação final da diretoria da Petrobras ocorra em breve, possibilitando a retomada das operações ainda no primeiro semestre de 2025.