Pesquisadores da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), no campus de Divinópolis, estão conduzindo estudos sobre os impactos ambientais na saúde dos peixes do Rio Itapecerica, que faz parte da Bacia do Rio Pará, em Minas Gerais. O trabalho, coordenado pelos professores Ralph Gruppi Tomé e Hélio Batista dos Santos, é realizado no Laboratório de Processamento de Tecidos (Laprotec) e envolve a análise de microplásticos presentes no estômago dos peixes e os efeitos do descarte irregular de medicamentos que contaminam os rios. A pesquisa busca entender como esses contaminantes afetam a fauna aquática e o ecossistema local.
Uma das abordagens do estudo envolve o cultivo de embriões de peixes, especialmente da espécie Zebrafish, para observar o impacto das substâncias na saúde dos animais em diferentes fases de desenvolvimento. Os pesquisadores também coletam tecidos de peixes, como fígado, baço e brânquias, para realizar análises microscópicas. Os resultados indicam que a poluição dos rios, principalmente o lixo e os medicamentos descartados de forma inadequada, tem causado sérios problemas à saúde dos peixes, podendo levar à extinção de espécies locais. A situação é descrita como crítica, e os especialistas alertam para a urgência de mudanças no comportamento da sociedade.
Além disso, os pesquisadores destacam que a conscientização ambiental e a implementação de práticas mais responsáveis no descarte de resíduos são fundamentais para melhorar a saúde dos rios e dos organismos que dependem deles. O objetivo do trabalho é sensibilizar a população sobre a importância da educação ambiental e estimular a adoção de ações simples que possam contribuir para a preservação do meio ambiente. Segundo os pesquisadores, sem uma mudança de atitude, será impossível reverter os danos causados aos ecossistemas fluviais e à vida aquática.