O sorotipo 3 da dengue, que estava ausente da região de São José do Rio Preto (SP) desde 2008, voltou a circular em 2023, levantando preocupações sobre a gravidade da epidemia atual. De acordo com pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), o aumento dos casos de dengue tipo 3 foi monitorado nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e no Hospital de Base (HB), com 31 amostras coletadas entre novembro de 2023 e 2024. O surto é caracterizado por sintomas como dor muscular, febre e dor de cabeça.
Apesar de ser um fenômeno recente, a pesquisa aponta que o sorotipo 3 identificado em Rio Preto pertence à mesma linhagem do vírus detectado na Flórida e no Caribe, o que sugere que a propagação no exterior pode ter influenciado sua chegada ao Brasil. O retorno desse sorotipo traz alertas sobre a possibilidade de reinfecção, pois o contato com diferentes sorotipos do vírus pode resultar em novos episódios de dengue. A cidade já enfrenta uma epidemia em 2024, com mais de 1.600 casos registrados desde o início do ano.
O clima quente e úmido de Rio Preto favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus, criando condições ideais para a disseminação da doença. A combinação de temperaturas médias anuais acima de 25 graus Celsius e alta pluviosidade contribui para o aumento dos reservatórios de mosquitos na região, o que intensifica o risco de novos surtos. Pesquisadores continuam monitorando a situação, ressaltando a importância de medidas preventivas para controlar a disseminação do vírus.