Uma pesquisa conduzida por cientistas do Paraná busca transformar cabelo humano, um resíduo normalmente descartado em salões de beleza, em fertilizante natural. A ideia surgiu a partir de um projeto da cabeleireira Gabriela Martines Gimenes, que ao iniciar seu mestrado em ciências ambientais, levou os restos de cabelo para o laboratório da universidade. Após uma análise cuidadosa, ela e sua equipe descobriram que os fios contêm componentes orgânicos que podem ser eficazes no cultivo de plantas.
O processo de transformação do cabelo em fertilizante é simples e envolve etapas como lavagem, secagem, corte e moagem dos fios, resultando em um pó que é misturado à terra para o plantio. Testes realizados em laboratório indicaram que o uso do cabelo como adubo pode ter um desempenho similar ao da ureia, sendo capaz de promover o crescimento das plantas, como observado em um experimento com rabanetes, que apresentaram crescimento superior quando cultivados com o fertilizante à base de cabelo.
Os pesquisadores agora buscam avaliar a segurança do uso do cabelo na produção de alimentos e explorar formas de escalar o processo, incluindo a criação de versões líquidas do fertilizante. A pesquisa, que já obteve resultados promissores, pode representar uma alternativa ecológica e inovadora para o descarte de resíduos de cabelo e sua aplicação no setor agrícola.