O cenário econômico brasileiro para 2025 apresenta desafios complexos, com projeções de crescimento moderadas. O Boletim Focus estima um crescimento de 2% do PIB, enquanto o FMI prevê uma alta de 2,5%. No entanto, a incerteza econômica persiste, especialmente devido à influência de fatores como a transferência de renda e a volatilidade do mercado de trabalho. O especialista Gilvan Bueno destaca que muitos empresários estão cautelosos, revisando seus planos de expansão devido ao aumento do custo do crédito e à possibilidade de uma alta na inadimplência, especialmente entre empresas.
O mercado de câmbio brasileiro enfrentou uma desvalorização significativa em 2024, com o dólar atingindo R$ 6,18, impulsionado por fatores como uma inflação mais alta que o esperado e pressões fiscais. Para 2025, os analistas projetam uma estabilização, com o câmbio se aproximando de R$ 6,05 a R$ 6,10. No entanto, a política econômica externa, como a possível adoção de tarifas mais altas pelos EUA, pode intensificar as tensões e afetar o mercado cambial. O Banco Central deve continuar com intervenções pontuais para controlar a volatilidade, sem visar um câmbio específico.
O aumento das taxas de juros, com projeções de 15,25% para 2025, é outro ponto crucial para a economia brasileira, sendo impulsionado pela inflação persistente e tensões fiscais. Esse cenário afeta a capacidade de consumo, especialmente entre os 77% da população endividada. Embora a taxa de desemprego esteja baixa, muitos brasileiros ainda enfrentam dificuldades devido à “armadilha da renda média”, que limita o crescimento econômico. As reformas econômicas são vistas como essenciais para reverter esse quadro e proporcionar um crescimento mais sustentável, com exemplos de sucesso de países como a Argentina, que avançaram com ajustes estruturais.