O ano de 2024 registrou uma queda acentuada nos investimentos estrangeiros na B3, o pior resultado desde 2020, refletindo uma série de desafios econômicos e políticos para o Brasil. A volatilidade do real e a elevada taxa Selic aumentaram a percepção negativa de investidores estrangeiros, que passaram a olhar com mais interesse para economias emergentes como a Índia. As perspectivas para 2025 não são animadoras, com uma projeção de desaceleração econômica no Brasil, agravada por um cenário fiscal ainda instável e a continuidade de uma política monetária apertada.
O governo federal tentou mitigar os impactos econômicos com a aprovação de um pacote de ajuste fiscal, mas os investidores seguem céticos quanto à sua eficácia. A inclusão de mudanças no Imposto de Renda, como o aumento da faixa de isenção, diluiu a expectativa de um comprometimento real com a austeridade fiscal. Especialistas apontam que, além da frustração com as promessas de ajuste, o país ainda carece de clareza sobre como o governo pretende lidar com os cortes necessários para estabilizar a economia.
O Brasil também enfrenta a concorrência de economias mais resilientes, como os Estados Unidos, que apresentam um desempenho forte, em grande parte devido ao avanço da inteligência artificial. A eleição de Donald Trump, com seu impacto potencial sobre o dólar e a atração de investidores para os EUA, tende a aumentar a pressão sobre os países emergentes, incluindo o Brasil. Diante desse cenário, as expectativas para o fluxo de capital estrangeiro no início de 2025 são de volatilidade, com o mercado pouco otimista sobre o Brasil como destino prioritário de investimentos.