Na última sexta-feira (17), o programa “O Grande Debate” discutiu a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança, apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. A nova versão da PEC foi elaborada após solicitações de governadores, que apontaram preocupações sobre a possível interferência da União na gestão local da segurança pública. A proposta gerou controvérsias sobre se realmente pode reduzir a violência ou se tem um caráter mais político, visando atender a interesses de grupos específicos.
A advogada Soraia Mendes argumentou que é possível enxergar as duas dimensões na proposta: a de um esforço legítimo para melhorar a segurança e a de uma ação política necessária. Ela destacou que parte da resistência dos governadores ao pacote se deve à oposição à implementação de câmeras corporais nas polícias estaduais, uma medida defendida no projeto. Para Soraia, essa resistência não necessariamente implica em uma ação partidária, mas sim na adoção de uma política de segurança que considere a realidade local.
Por outro lado, a ex-senadora Ana Amélia Lemos ressaltou que as instituições de segurança federais, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, não têm a capacidade de cobrir todo o território nacional, o que limita a eficácia do plano. Para ela, a PEC pode até ajudar, mas não resolve o problema da violência por completo, já que a implementação de políticas de segurança eficazes exige a colaboração entre diferentes esferas de governo. O debate deixou em evidência as dificuldades de implementar soluções integradas para um problema que afeta de forma desigual diferentes regiões do país.