A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, protocolou um ofício no Conselho de Ética do PT contra o vice-presidente do partido, Washington Quaquá, devido a declarações em defesa de réus no caso de um assassinato de 2018. Quaquá, que também é prefeito de Maricá, publicou uma foto com a família de dois irmãos acusados de envolvimento no crime, sugerindo sua inocência. A atitude do dirigente foi considerada antiética e em desacordo com os princípios do PT, conforme argumenta Anielle, que viu sua postura como uma tentativa de descredibilizar a luta das vítimas.
O prefeito de Maricá, em declarações públicas, defendeu os réus e questionou a investigação oficial, ligando o caso à família Bolsonaro, embora sem apresentar provas. No entanto, a Polícia Federal descartou qualquer relação com a ex-primeira família e apontou que o crime estava ligado a interesses de grilagem de terras, envolvendo milicianos. A postura de Quaquá tem gerado divisões dentro do PT, com alguns membros defendendo sua expulsão, enquanto outros consideram que um afastamento de suas funções seria suficiente.
O trâmite no Conselho de Ética do PT tende a ser lento, já que depende da aprovação da maioria da executiva nacional, que passará por uma renovação em julho. A situação continua gerando debates internos sobre a aplicação de punições ao dirigente, enquanto o caso segue repercutindo na imprensa e na política nacional.