Integrantes do partido de extrema direita israelense Otzma Yehudit anunciaram sua intenção de renunciar a seus cargos no governo após a confirmação de um acordo entre Israel e o Hamas que envolve um cessar-fogo e a libertação de reféns. Em uma declaração, o partido condenou o acordo, alegando que ele resultaria na libertação de prisioneiros palestinos, acusados de crimes graves, e representaria uma perda das conquistas militares israelenses na guerra contra o grupo. O acordo, que visa a troca de prisioneiros por civis sequestrados, foi descrito pelos membros do partido como uma rendição ao Hamas.
A renúncia dos ministros do Otzma Yehudit, incluindo o Ministro da Segurança Nacional e outros membros importantes do governo, não é suficiente para derrubar o governo, segundo especialistas. No entanto, a saída do partido enfraquece a coalizão de Benjamin Netanyahu, que já enfrenta uma crise interna sobre a condução da guerra. Em resposta ao acordo, o primeiro-ministro afirmou que Israel teria o direito de retomar os combates caso o Hamas não cumprisse sua parte, mas membros do Otzma Yehudit argumentaram que a retomada das hostilidades deveria ser imediata.
O acordo de cessar-fogo e a troca de prisioneiros vêm no contexto de intensos ataques aéreos e incursões terrestres em Gaza desde 2023, quando o Hamas invadiu Israel. A ONU e organizações humanitárias alertaram para a grave situação em Gaza, com uma crise humanitária exacerbada pela falta de recursos essenciais. A comunidade internacional continua atenta à evolução do conflito e às possíveis implicações de acordos de cessar-fogo temporários.