O Líbano está perto de encerrar um longo vácuo presidencial iniciado em 2022, com o parlamento do país se preparando para eleger Joseph Aoun, comandante do Exército, como presidente. A eleição representa um importante passo no fortalecimento das instituições do país, que enfrentam uma crise política e econômica desde o colapso financeiro de 2019. Embora o sistema político sectário libanês impeça que qualquer facção alcance uma vitória decisiva, a crescente aprovação de Aoun, especialmente entre legisladores xiitas, indica que ele tem a maioria necessária para ser eleito, com 86 votos exigidos para garantir a vitória no primeiro turno.
O contexto político do Líbano também reflete mudanças regionais significativas, com a diminuição da influência do Hezbollah, tradicional aliado de Michel Aoun, e do regime sírio de Bashar al-Assad. A candidatura de Aoun, que tem o apoio dos Estados Unidos, surge após o recuo de outros candidatos, como Suleiman Frangieh, preferido do Hezbollah. O novo presidente também terá um papel crucial em reforçar os acordos de cessar-fogo no sul do Líbano, estabelecidos com o apoio de potências ocidentais e árabes, em um momento de grande incerteza no Oriente Médio.
O processo eleitoral acontece em um momento delicado, com o Líbano ainda em busca de apoio internacional para superar a crise financeira e reconstruir o país. A crise econômica afetou diversas áreas, incluindo regiões de maioria xiita, tradicionalmente apoiadoras do Hezbollah. Nesse cenário, o apoio de Aoun à política de auxílio militar dos Estados Unidos e seu compromisso com a estabilidade no país são vistos como cruciais para a recuperação do Líbano e para fortalecer suas instituições políticas, o que tem gerado uma pressão internacional crescente pela eleição de um novo presidente.