O número de contratos de parcerias público-privadas (PPPs) no Brasil aumentou quase 300% na segunda década desde a implementação dessa modalidade, segundo o último relatório da consultoria Radar PPP. Enquanto nos primeiros dez anos foram assinados 80 contratos, entre 2014 e 2024 esse número subiu para 314, com um pico em 2024, quando 88 editais foram publicados e 44 contratos firmados até novembro. O crescimento foi impulsionado pelo amadurecimento da capacidade de gestão das PPPs por entes federativos, além de mudanças regulatórias, como a transferência de ativos de iluminação pública para os municípios e o marco legal do saneamento, que facilitaram a participação do setor privado.
A primeira década foi marcada por uma fase inicial de adaptação, com foco em capacitação institucional e desenvolvimento do ambiente regulatório necessário para os contratos. Nesse período, os estados foram os principais responsáveis pela assinatura de contratos, com destaque para projetos de saneamento e mobilidade. Já na segunda década, os municípios passaram a liderar o número de contratos, principalmente na área de iluminação pública, que hoje é o setor com maior volume de parcerias, seguido por resíduos sólidos.
Além disso, a evolução das PPPs reflete um cenário fiscal mais desafiador para a União e os estados, o que fez com que os governos buscassem o apoio da iniciativa privada para suprir a falta de recursos para investimentos. O documento da Radar PPP também serve como um indicador para monitorar os avanços e os desafios do setor, com mais de 5,4 mil projetos de concessões e PPPs em andamento em todo o país.