Uma nova paralisação nos portos dos Estados Unidos está prevista para começar em 15 de janeiro, o que gerou apreensão entre analistas quanto aos impactos nas indústrias, especialmente no comércio de grãos. Em outubro do ano passado, uma greve de três dias já havia causado grandes interrupções nas operações da Costa Leste e do Golfo, resultando em atrasos nos embarques de contêineres. Caso a paralisação se prolongue, as consequências para o comércio de grãos, predominantemente transportados a granel, podem ser severas. As negociações entre trabalhadores e empregadores foram retomadas em 7 de janeiro, com o objetivo de evitar a greve.
Em 2022, um acordo temporário encerrou a greve, com um aumento salarial de 62% ao longo de seis anos, e as partes haviam decidido prorrogar o contrato por três meses, permitindo mais tempo para discutir temas como a automação nos portos. Contudo, as negociações realizadas em novembro não avançaram, especialmente devido à resistência dos trabalhadores em relação aos planos de automação. A possibilidade de uma nova paralisação agora depende, em parte, da evolução dessas discussões.
O apoio político ao sindicato dos trabalhadores portuários pode influenciar o desenrolar da situação. A liderança sindical sinalizou que a greve poderá ocorrer assim que o contrato atual expirar, especialmente diante da insatisfação com os planos de automação e o clima de incerteza nas negociações. O impacto dessa possível paralisação poderá ser sentido não apenas no setor de grãos, mas também em diversas outras cadeias produtivas que dependem das operações portuárias para o transporte de mercadorias.