No próximo dia 8 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordenará uma cerimônia no Palácio do Planalto para marcar os dois anos dos atos antidemocráticos ocorridos em 2023. O evento contará com a devolução de 21 obras de arte restauradas, que haviam sido vandalizadas durante a invasão ao palácio, além de uma sessão pública com autoridades e uma atividade popular na Praça dos Três Poderes, intitulada “Abraço da Democracia”. As primeiras obras restauradas chegaram ao Planalto no dia 6 de janeiro, acompanhadas pela Polícia Federal, e começaram a ser incorporadas ao acervo presidencial.
Entre as peças recuperadas estão o quadro “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, e a escultura “O Flautista”, de Bruno Giorgi, além de uma ídria italiana do Renascimento e a escultura “Vênus Apocalíptica Fragmentando-se”, de Marta Minujín. A restauração das obras foi realizada por meio de uma parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com investimentos de R$ 2,2 milhões. As obras foram restauradas utilizando técnicas avançadas, como raio-X e análise microscópica de esmalte e pigmentos.
Durante a cerimônia, o presidente Lula irá descerrar o quadro de Di Cavalcanti no Salão Nobre e devolverá ao acervo um relógio do século 17 que foi danificado durante os atos. A peça, originalmente um presente da corte francesa ao imperador Dom João VI, foi restaurada na Suíça após ser destruída durante a invasão. O processo de restauração das obras foi realizado em um laboratório montado no Palácio da Alvorada, com a participação de especialistas e instituições responsáveis pela conservação do patrimônio.