Diplomatas de dez países da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, manifestaram preocupação com o anúncio de uma possível deportação em massa de imigrantes, em uma declaração conjunta divulgada na sexta-feira (17). Embora o comunicado não cite diretamente os Estados Unidos, a declaração faz referência ao compromisso do presidente eleito dos EUA de realizar a maior operação de deportação da história do país, o que gerou a reação de autoridades latino-americanas. O posicionamento enfatiza que tais medidas são incompatíveis com os direitos humanos e não abordam as causas estruturais da migração.
O documento ressalta a importância de os países da região seguirem os princípios do direito internacional e dos direitos humanos ao lidar com a imigração. Destaca que todas as pessoas, independentemente de sua situação migratória, possuem direitos fundamentais e que os Estados têm a responsabilidade de respeitá-los e protegê-los. A declaração também condena a criminalização de imigrantes durante o processo migratório, além de reforçar a necessidade de proteger as pessoas contra o crime organizado que lucra com a migração ilegal.
Além de expressar a preocupação com a situação, os países signatários — Brasil, Belize, Colômbia, Cuba, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México e Venezuela — também se comprometeram a defender os direitos humanos dos imigrantes. O comunicado sugere a retomada das discussões regionais sobre migração dentro da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), com o objetivo de buscar soluções mais eficazes e humanitárias para o problema da mobilidade humana no continente.