Pais de crianças matriculadas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Aparecida de Goiânia estão mobilizados contra a decisão da Secretaria Municipal de Educação de reduzir o horário integral nas unidades de ensino. A medida, anunciada no início do ano, estabelece que os agrupamentos IV e V, voltados para crianças de 4 a 5 anos, passarão a oferecer ensino apenas nos turnos matutino ou vespertino, obrigando os responsáveis a escolherem um dos períodos. O período integral continuará disponível apenas para as crianças de 6 meses a 3 anos. A mudança tem gerado grande apreensão entre os pais, especialmente aqueles que não têm com quem deixar os filhos fora do horário escolar.
Em uma reunião com a Defensoria Pública do Estado de Goiás, realizada no dia 8 de janeiro, os pais expressaram preocupações em relação à segurança e à alimentação das crianças, que dependem das refeições oferecidas pelas escolas, além da necessidade de deixar os filhos sob os cuidados de terceiros. Muitos relatos foram de mulheres que enfrentam sozinhas as responsabilidades da casa e do cuidado com os filhos, o que agrava ainda mais os impactos da medida. Entre os pais presentes, a insatisfação se intensificou pela forma abrupta com que a mudança foi comunicada, sem tempo para que as famílias se adaptassem.
A Defensoria Pública, por meio do defensor público Felipe Takayassu, se comprometeu a analisar a situação e a documentação apresentada pelas famílias, com a possibilidade de apresentar uma ação civil pública. Bruno Malta, coordenador do Núcleo Especializado de Atuação Extrajudicial da DPE-GO, destacou a importância da mobilização, que tem sido liderada principalmente por mulheres, muitas delas mães solo. A Defensoria também intensificará o diálogo com a Prefeitura de Aparecida de Goiânia e a Secretaria Municipal de Educação, buscando uma solução consensual para as questões levantadas pelas famílias afetadas. A Prefeitura ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.